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Não faça para...


Cada vez mais observa-se que as pessoas, hoje em dia, fazem as coisas não porque querem ou porque acreditam, mas sim, para agradar ou mostrar para os outros a sua capacidade ou seu poder de realização. O resultado disto, na maioria das vezes, é a frustração, a tristeza e o vazio que estas atitudes lhes deixam.

Fazem algo para agradar alguém, acreditam que esta pode ser uma das maneiras de serem reconhecidos, valorizados, de se sentirem importantes. Porém, deixam de fazer algo para agradar a si mesmas, porque não acham necessário; na realidade, não se percebem merecedoras. Esquecem que só damos aos outros aquilo que temos dentro de nós.

Não se sentir merecedor está muito ligado a autoestima baixa, a uma percepção distorcida de si, o que está diretamente relacionado às crenças que a pessoa carrega consigo. Estas foram desenvolvidas lá na infância, através da internalização da fala dos pais/cuidadores e até mesmo do meio em que estava inserida. Entretanto, tais crenças não precisam ser carregadas até a finitude. Elas podem ser mudadas a qualquer momento, pois somos seres mutáveis e, portanto, basta que a pessoa queira enfrentar os desafios que o processo de mudança lhe impõe.

Fomos criados escutando que somos a imagem e semelhança do Criador - e disto não tenho dúvida. Sendo assim, também somos criadores. Agora vai de cada um saber o que quer criar para sua vida. Tem pessoas que conseguem olhar para o seu eu, compreender sua maneira de funcionar e, a partir daí fazer os ajustes que consideram necessários para poder viver bem com elas mesmas, sem ter que estar fazendo nada para ser aceito pelos demais. Existem outras que preferem ficar focadas apenas no mundo exterior, sem refletir sobre suas atitudes e sobre o seu fazer, vivendo em eterno sofrimento.

Não faça “para”, faça “com”. Quando for fazer algo para alguém faça junto, compartilhe a ação e sentirá a diferença de quando temos que fazer “algo para”. Clarifico que não estou dizendo que não devemos fazer nada para ninguém, que temos que viver egoisticamente, nada disso. Só estou lembrando que antes de fazer para o outro, precisamos fazer para nós. Desta forma, evitaremos ter que conviver com a dor e a amargura do vazio que fica quando fazemos “para”, sem termos condições emocionais e psicológicas ou sem compreendermos a verdadeira razão que nos leva agir de tal forma.

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